O Planalto Paulista surgiu nos idos de 1950 e se situa numa região elevada da cidade, a cerca de 800 metros de altitude. É o resultado do loteamento da gleba promovida pela Companhia Cedro do Líbano.

Distante a poucos quilômetros do Centro da Capital e 89 km do Oceano Atlântico, do qual está separado pela Serra do Mar, o bairro está próximo a duas importantes áreas verdes da capital paulista: O Parque do Ibirapuera, a 2,2 km e o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, que inclui o Jardim Botânico e o Parque Zoológico, a 3,8 km.

O Planalto se situa entre os limites definidos pelas vias: Av. dos Bandeirantes, Av. Moreira Guimarães, Av. Ruben Berta, Av. José Maria Whitaker, e Av. Jabaquara, que fecha o polígono ao se encontrar com a Av. dos Bandeirantes.

A área hoje conhecida por Planalto Paulista é o desdobramento de antiga sesmaria que recebeu o nome de “lab-a-quara”, que, na língua tupi significa “buraco de rocha” ou “esconderijo dos bichos”. Já no inicio do século XVII, distantes do centro, essas terras ermas foram, aos poucos, transformando-se em fazendas ocupadas por sitiantes.

A partir daí, imigrantes atraídos pela exuberância do lugar foram adquirindo terras e nelas construíram belos sítios, fazendas e chácaras. A área que hoje denominamos Planalto Paulista era uma grande fazenda junto ao córrego Traição, cujo nome faz referência ao levante contra o bandeirante Borba Gato.

O dono dessa fazenda, Fernando Arens, filho de alemães nascido em Campinas, formou-se em engenharia mecânica na Alemanha. Em 1915, sua Companhia Paulista de Terraplanagem ainda movida a pás, picaretas e carroças puxadas por burros dividiu as terras ao meio, dando o nome de sua filha Araci à grande avenida que se formou. Esta ia da Av. Jabaquara até a atual Avenida Pedro Álvares Cabral, no Ibirapuera. Com bastante tino comercial, o engenheiro também fez gestões para a construção do Aeroporto de Congonhas em área adjacente, a fim de promover a valorização de suas terras.

A partir de 1940, boa parte desses terrenos foi loteada e vendida principalmente a membros das colônias síria e judia que neles construíram grandes sobrados. As ruas e alamedas dos loteamentos receberam nomes indígenas de tribos, pássaros, rios, dentre outros:

  • Tribos: amaribás, apetupás, aratãs, camaíuras, maruás, quinimuras, tupinás;
  • Aves: arapuru, anapurus, araúna, guainumbis;
  • Rios: aripuanã, irai, ituxi, seruini, uaimaré, guaiós;
  • Outros: itacira (enxada), guaicanãs (indíviduo de cabeça grande), cotinguiba, (mastro), ceci (lua), jati (branco).

A grande expansão do bairro deu-se principalmente no começo da década de 50, quando começaram as primeiras e necessárias obras de infra-estrutura, como água, luz, esgoto e pavimentação. Afinal, entre 1940 e 1960, a população de São Paulo tinha quase quadruplicado. Enquanto a área do centro verticalizava-se e se tornava mais compacta, os terrenos do Planalto Paulista eram valorizados por serem planos e se situarem a distância não muito grande do centro, mantendo um clima de cidade do interior, ao mesmo tempo em que era possível o acesso aos benefícios da metrópole.

A antiga Avenida Araci recebeu um traçado moderno e arrojado bem de acordo com o clima ufanista da época do quarto centenário da cidade, em 1954. Rebatizada apropriadamente com o nome de Avenida Indianópolis (cidade dos índios), a antiga via de terra ganhou contornos largos, jardins e tornou-se um marco na engenharia de obras viárias. A foto aérea do Planalto em 1958 pode ser encontrada no site: http://www.geoportal.com.br.

Em 1973, a antiga Lei de Zoneamento criou as zonas Z1, que são áreas estritamente residenciais, onde a construção de edifícios passou a ser proibida. Nessa época, contudo, o Planalto já contava com alguns edifícios residenciais que se vêem no bairro até hoje. Esse conceito urbanístico, vem sendo mantido pelas leis que sucederam à lei revogada.

Em 1989, vale ressaltar, a massa arbórea local foi tombada pelo Decreto Estadual 30.443, de 20 de setembro de 1989.

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