Matéria publicada no jornal São Paulo Zona Sul.

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Esta semana, integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista estiveram na sede da Cruz Vermelha no Planalto Paulista. Os moradores querem conhecer melhor o processo de tombamento da área e pretendem evitar que seja adquirida uma empresa que gerencia shopping centers em todo o país – o que, potencialmente, representaria a demolição dos antigos prédios existentes ali e a construção de um novo centro comercial pelo grupo.
Integrantes da Sociedade Amigos do Planalto Paulista avaliam que a transformação da área em um parque seria destino mais apropriado, especialmente porque o bairro é estritamente residencial.
A ideia, porém, não agrada a todos. Durante a semana, o jornal São Paulo Zona Sul foi procurado por leitores e moradores do próprio bairro que avaliam que um parque poderia ficar abandonado, aumentar os riscos de uso de drogas e assaltos no entorno, além de atrair movimento excessivo de carros de visitantes do parque sem, em contrapartida, oferecer área para estacionamento como no caso de um shopping. Um dos moradores defende, inclusive, que o empreendimento comercial geraria empregos.
Outros discordam e consideram que a maioria das cidades avançadas no mundo valoriza a existência de áreas verdes para a prática de lazer e cultura. “Parques municipais são bem cuidados, fecham no período noturno, não é uma praça abandonada”, resumiu o vereador Gilberto Natalini, do PV, autor do projeto de Lei que criaria o Parque da Cruz Vermelha.
No ano passado, em setembro, o alvará de demolição já havia sido concedido pela Subprefeitura de Vila Mariana. Entretanto, o Conpresp embargou a obra – que sequer havia sido iniciada – por ter sido aberto um processo de tombamento do local.
É importante ressaltar: a área de quase 45 mil metros quadrados existente no quadrilátero formado pelas avenidas Moreira Guimarães, Aratãs, Jandira e Alameda dos Araés, no Planalto Paulista, é propriedade particular, pertencente a uma instituição sem fins lucrativos: a Cruz Vermelha de São Paulo. Assim, em princípio, a Prefeitura não tem poder para transformá-la em um parque público, a menos que para isso compre a área.
Esta semana, a Prefeitura conseguiu recuperar 25 milhões de dólares que haviam sido desviados dos cofres públicos nos anos 1990 e está estudando usar os recursos para a compra de outro terreno particular na Rua da Consolação, região central. Ali, há anos a vizinhança vem lutando para evitar a construção de um empreendimento imobiliário e reivindica a compra do terreno pela Prefeitura para transformação em parque.
Mas, haveria recursos também para o Parque da Cruz Vermelha? Quantos anos levaria este processo?
Em meio à polêmica, ainda é preciso considerar o processo de tombamento aberto no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp. A área pode ser – ou não – ser considerada patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e ambiental da cidade, o que impediria transformações radicais no que existe atualmente dentro dela.
Na próxima semana, o tema será debatido em uma audiência na Câmara Municipal de São Paulo (auditório Prestes Maia, primeiro andar), no viaduto Jacareí, 100, próximo à estação Anhangabaú. O encontro será na terça, dia 9, a partir das 13h.

 

Postado dia 05 de agosto , 2016

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