30 de agôsto/14.  1o. dia de viagens do monotrilho de SP aberto ao público

Fonte: LAAMARALL / Minhas Percepções ! * São Paulo, Brasil

Este novo meio de transporte é a aposta do transporte público em São Paulo, que consolida o conceito de que transporte de massa tem que trafegar pelo alto ou pelo subterrâneo, e não mais no plano normal de rolagem da cidade.

Corredores de ônibus, VLTs, BRTs, podem ser soluções para outras cidades que ainda podem usar suas vias rodoviárias ou construir novas. Até o BRT Expresso Tiradentes foi construído em via elevada, e é muito bem avaliado pelos usuários.

O Monotrilho da Linha 15 teve seu trecho inicial inaugurado no último dia 30 de agosto. Ele é o primeiro de um plano ambicioso de construção de aproximadamente 100 Km de monorails, que tem duas linhas já em construção e um terceira em fase de licitação. O funcionamento do trecho aberto que por enquanto é gratuito ocorrerá aos sábados e domingos, na faixa de horário das 10 às 15, e nos próximos meses deve ser expandido para toda a semana, segundo informações da Cia. do Metrô.

Por ser uma novidade, essencialmente o monotrilho é um trem que se locomove por uma viga-trilho aérea denominada carril. Limpo e silencioso pois utiliza energia elétrica e pneus para seu deslocamento. O sistema se estabiliza devido à acomodação que os vagões fazem na parte de cima e dos lados da viga, impossibilitando desta maneira uma descarrilagem.

Por transitar em via elevada e ser envidraçado, os veículos proporcionam uma viagem muito mais agradável, mais confortável e segura.

O primeiro trecho, que ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, na Zona Leste da Capital, terá capacidade para atender até meio milhão de passageiros por dia com uma frota composta de 54 trens com 7 vagões cada um.

Os 378 carros do monotrilho desta linha 15 – Prata, virão, da cidade de Hortolândia, a 20 minutos de Campinas onde a empresa canadense Bombardier montou uma unidade de produção para atender São Paulo e as outras cidades brasileiras, que venham adotar o sistema (há estudos para Manaus, Vitória..) . O projeto estipula 2016 como o prazo completo para ligar o bairro Cidade Tiradentes à estação Vila Prudente, da linha 2 – Verde do Metrô, num total de 24 quilômetros e 17 estações. O trecho inaugurado percorre  2,9 quilômetros que separam a estação Vila Prudente – Oratório.

O sistema do monotrilho opera com tanta segurança ou mais que o metrô subterrâneo e raros são os casos de acidentes com monotrilhos. O sistema opera autônomo, sem necessidade de condutor, o que reduz risco de acidentes por falha humana, sistema já existente na linha amarela do Metrô de SP.

Cada vagão do monotrilho tem capacidade de 143 passageiros e a estimativa é que o serviço nesta linha receba 500 mil usuários diariamente.

Para transportar tal contingente, é preciso algumas inovações. A Bombardier, que também atua no ramo da aviação, trouxe tecnologia aeronáutica para reduzir o peso dos carros, e assim aumentar o número de usuários transportados.  São 15 toneladas de alumínio, estruturadas em forma de colmeia. “É um truque para reduzir espaço e ganhar performance”. O motor é de ímã permanente e fica dentro do cubo da roda de borracha, gerando um nível de ruído quase nulo.

A multinacional classifica o sistema como “de alta capacidade”, único no mundo com cara de metrô. Na China, um monotrilho carrega 30 mil pessoas por hora, e no Japão, 25 mil. No Brasil serão 40 mil pessoas por hora.

Além da linha 15, também a linha 17 – Ouro esta sendo construída e também tem 2016 como data para ser finalizada a, que vai unir o Jabaquara ao Morumbi, passando pelo Aeroporto de Congonhas. As obras da primeira etapa desse ramal (antes de cruzar o Rio Pinheiros) estão sendo tocadas intensamente e deverão terminar em 2014.

A terceira linha, a 18-Bronze, entre a Zona Leste e São Bernardo do Campo em fase de finalização de processo licitatório também deve estar concluída em 2016 totalizando então 62 quilômetros de trilhos suspensos.

Duas são as principais vantagens do monotrilho: é custar menos que o metrô e ser mais rápido para construir. Cada quilômetro suspenso sai por cerca de R$ 150 milhões, ao passo que a mesma distância debaixo de terra custa em média R$ 400 milhões.

O preço somado das três linhas do monotrilho, com 62 quilômetros de extensão, será de R$ 12,2 bilhões. Apenas como comparação, as obras da Linha 5-Lilás, que vão dar a ela mais 11 quilômetros, estão orçadas em R$ 6,9 bilhões.

A construção dos monotrilhos que cortam o Morumbi e a Zona Leste está a cargo do governo estadual, e quando estiverem finalizados, os dois serão repassados à iniciativa privada. Para se tirar do papel o ramal do ABC, optou-se pela criação uma parceria público-privada (PPP), ora em fase de licitação, como mencionado.

Os números e as características do sistema não deixam dúvidas: a paisagem da cidade será alterada.

No aspecto de segurança em caso de emergência, o sistema conta com uma passarela entre as vigas que leva os passageiros até estação próxima em segurança e as próprias vigas dos monotrilhos criam um guarda-corpo de segurança nesta passarela.

Se o sistema elétrico falhar, os veículos contam com bateria que permite o veículo chegar até a estação mais próxima, e além disto, o sistema conta com geradores posicionados ao longo do percurso que são acionados automaticamente caso haja falta da energia.

Uma boa quantidade de sistemas de monotrilho pelo mundo são usados para ligações curtas (aeroportos, por ex.) ou para algum tipo de lazer (Disney), sendo que os países que a usam como transporte de massa são o Japão, China, Alemanha entre os principais. A razão não está em qualquer ineficiência do sistema, mas sim por que muitas das cidades acabam por possuir sistemas primários de transporte já bem dimensionados, como Metrô, VLTs e grandes corredores exclusivos (onde há grandes espaços para operação).

São Paulo se alinhará com cidades japonesas, chinesas, de Singapura, e aos projetos ora em curso em cidades como Los Angeles, Denver, Miami, São Francisco, Dallas, Paris, os novos projetos na Alemanha, San Petersburgo, Okinawa, vários projetos na China, Qatar, além de algumas cidades brasileiras, que poderão adotar o sistema nos próximos anos. E que também consigamos recuperar e botar em operação o Monotrilho de Poços de Caldas, o primeiro do país (1992), afinal há mais tecnologia e processos de gestão hoje para suportar tal empreendimento.

Razões como segurança, custos, energia limpa, rapidez na construção e na operação fazem da alternativa deste transporte, superar as controvérsias, e eventuais desvantagens.

Em São Paulo existe ainda uma opção já semi-pronta de derrubar o famoso elevado “Minhocão”, tão prometido pelos últimos prefeitos, e aproveitar suas colunas para mais uma linha, de ligação Leste-Oeste, mas que os envolvidos em estrutura de mobilidade urbana, parecem fugir da oportunidade.

Nos daria de imediato mais 4 Km de monotrilho, podendo facilmente ser estendido ligando a Lapa/Barra Funda ao Parque D.Pedro II, onde inicia-se o Expresso Tiradentes, totalizando uns 10 Km, de transporte de massa de alta qualidade e de rápida implantação.

Se não houver descontinuidade de gestões, e se os 100 km se tornarem realidade São Paulo deve se tornar num curto espaço a cidade com a maior rede de monorails do mundo.

VAMOS DAR UM PASSEIO PELO MONOTRILHO?

Postado dia 13 de setembro , 2014

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